
17 ago Árvores exóticas têm mais chances despencar
ESPECIALISTA EXPLICA QUE É PRECISO TER PLANEJAMENTO NA HORA DO PLANTIO
As dezenas de árvores que caíram durante o vendaval que atingiu a região no início da manhã de quarta-feira (26 de abril), atingindo casas e interditando a BR-101, chamam a atenção para um problema: o não planejamento correto do plantio, das podas e dos cuidados.
É o que aponta Heli Schlickmann, técnico agrícola e especialista em gestão ambiental, plantas ornamentais e medicinais. Muitas das espécies derrubadas pela ventania, anteontem, eram exóticas e, justamente por não serem nativas e estarem plantadas em qualquer lugar, correm
mais risco de serem levadas pelo vento.
Pinheiros, falsa figueira e eucaliptos foram algumas das espécies que tombaram com a força dos ventos e deixaram muitos moradores no prejuízo.
Heli Schlickmann diz que, por serem exóticas, elas não se adaptam ao solo e têm um crescimento desordenado em relação às árvores nativas.
Segundo o especialista, muitas das árvores que não são nativas não têm raiz ‘pivotante’, que é a raiz profunda.
A maioria tem raiz ‘tabular’, que são raízes que crescem para os lados, sem profundidade e, consequentemente, são mais vulneráveis à força dos vendavais.
“Muitas vezes elas têm dificuldades de introduzir a raiz no solo e ter resistência. Elas até podem ter condições melhores de se desenvolver e têm uma copa grande, mas há um desequilíbrio entre a raiz, o tronco e a parte aérea”, explica.
Quando uma árvore é podada de forma errada também pode causas danos, ressalta Heli. “Quando a Celesc corta os galhos que vão pegar na fiação, por exemplo, não se preocupam com a arquitetura e o equilíbrio da planta, o que pode fazer com que ela penda para um dos lados”, afirma.
A PLANTA CERTA PARA O LOCAL CERTO
Outro problema apontado por Heli Schlickmann é sobre a indicação das espécies para cada local. “É preciso escolher a árvore certa,” afirma.
Se, ao plantar uma árvore, fosse feita essa análise, segundo o especialista, até poderia ser uma planta exótica, mas que estivesse de acordo com o local.
A Extremosa, por exemplo, tem até cinco metros de altura e espécies mais baixas são mais resistentes aos ventos. “A árvore é uma aliada das pessoas. No verão sempre procuramos uma sombra, mas precisamos escolher a espécie certa e cuidar dela”, comenta.
O especialista cita que o que poderia acabar com os problemas relacionados às árvores seria o Plano Diretor de Arborização Urbano. Segundo ele, cidades acima de 20 mil habitantes são obrigadas a ter este plano, que serve para nortear os plantios. O plano está em discussão no conselho Municipal do Meio Ambiente (Condema).
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